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Mata
Atlântica |
Quando
os portugueses aqui chegaram, a Mata Atlântica era
uma exuberante barreira que se erguia por todo o litoral
brasileiro com 1.000.000 Km² de extensão, chegando
a invadir o interior do território (ex.: na região
sudeste ela se alargava chegando a ocupar 100 Km para o
interior). Hoje, resume-se a apenas 7% da mata original,
sendo que, menos de 2% estão protegidos em unidades
de conservação oficiais. Nada menos que 11%
da Mata Atlântica foi destruída nos últimos
dez anos.
Por que nossa Mata Atlântica foi e, continua sendo,
destruída?
Pode-se resumir essa resposta em apenas duas palavras: exploração
econômica.
Voltaremos um pouco no tempo, para podermos entender o presente.
A colonização empreendida pelos portugueses
no Brasil é o que os historiadores chamam de colonização
de exploração, explorar os recursos naturais
e mão-de-obra da colônia para enriquecimento
da metrópole (no Brasil, além da exploração
da mão de obra dos índios - em escala reduzida
- foi "importada" a mão-de-obra estrangeira,
os negros africanos). O primeiro alvo foi a Mata Atlântica,
tanto pela madeira e pelo corante extraído da casca
do pau-brasil como pelo empecilho que ela oferecia ao desbravamento
do interior do território.
Nos dias de hoje, de maneira geral, o desmatamento ocorre
devido a especulação imobiliária, expansão
da agricultura e utilização para pastagens.
Além da perda de grande área de mata, a área
destinada a pastagem é praticamente perdida, pois
sua produtividade é baixíssima, principalmente,
pelo relevo acidentado não ser adequado a esse tipo
de atividade.
Nos tempos de Cabral não existia fiscalização,
nem tampouco, área de proteção ambiental.
Os donos da terra, os índios, não tinham direitos,
pois não eram considerados cidadãos brasileiros.
Assim sendo, não tinham como reclamar ou exigir respeito
ao ambiente.
Ao contrário de nossos antepassados, nós temos
voz ativa na sociedade e meios para exigir de nossos governantes
mais respeito ao ambiente e cumprimento da legislação
vigente. Existem áreas sendo devastadas em torno
de zonas urbanas, onde o meio de acionar a fiscalização
é mais fácil, mas essa facilidade não
está sendo aproveitada. É necessário
que a sociedade conheça as leis de preservação
do ambiente e exija que estas sejam cumpridas. Nossos deputados
estão analisando um projeto de lei específico
para a Mata Atlântica desde 1992, nesse tempo em que
esta tramita pelo Congresso, perdemos 600.000 hectares de
florestas.
Na região metropolitana de São Paulo, bairros
são submetidos a rodízio de água durante
todo o ano, mesmo estando em uma área de grandes
recursos hídricos. Somente na bacia de Guarapiranga,
foram eliminados 15% da mata protetora de nascentes, córregos
e rios.
A importância da preservação da Mata
Atlântica não é somente por sua beleza,
mas também para evitar que se afete a vida de grande
parte da população brasileira, que vive na
área original desse ecossistema. Além de regular
o fluxo dos recursos hídricos, ela é essencial
para o controle do clima e a estabilidade de escarpas e
encostas. É também a conservação
da maior biodiversidade de árvores do planeta; 39%
dos mamíferos que vivem na Mata Atlântica são
nativos (vale para borboletas, répteis, anfíbios
e aves) e mais de 15 espécies de primatas. A destruição
desse ecossistema leva espécies de animais brasileiros
à ameaça de extinção, por exemplo,
das 202 espécies ameaçadas no Brasil, 171
são originários da Mata Atlântica.
Além da perda dos recursos naturais, também
estamos destruindo um patrimônio cultural, histórico,
arqueológico e arquitetônico, construídos
ao longo de séculos pelas comunidades tradicionais
que vivem na mata (como os indígenas, os caiçaras,
os quilombos e os caboclos), que correm risco de desaparecer,
por descaracterização ou expulsão de
seu ambiente.
A preservação de nosso ambiente não
depende somente das leis que tramitam no Congresso, mas,
essencialmente, dos cidadãos brasileiros no pleno
exercício de sua cidadania. Para que esse exercício
seja eficaz, a educação ambiental torna-se
fundamental, levando o indivíduo à conscientização
da importância da conservação desse
ambiente, para a visão crítica frente às
suas próprias atitudes e, finalmente, seu dever e
direito de cidadão quanto a fiscalização
no cumprimento das leis existentes e regulamentação
de outras.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CAPOBIANCO, João Paulo. Revista Veja – A
chance de evitar o pior. p. 37. 3/Junho/1998.
MATA ATLÂNTICA - PPMA – Mata Atlântica,
Páginas da Rede Internet. Endereço eletrônico
http://www.ppma-br.org/mataatl.htm
Glossário de Biologia. Academia de Ciências
do estado de São Paulo, Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação
de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo,
Secretaria da Ciência e Tecnologia. 1ª edição
(definitiva). Publicação ACIESP no. 57,
1987.
GLOSSÁRIO
Unidade de conservação: áreas naturais
sob proteção governamental, podendo ser
classificadas como: áreas de proteção
ambiental; áreas naturais tombadas; estações
ecológicas; parques; reservas ou santuários.
Área de proteção ambiental: área
pública ou privada determinada por decreto federal,
estadual ou municipal para que nela seja disciplinado
o uso do solo e evitada a degradação nos
ecossistema sob interferência humana.
Ecossistema: conjunto de uma comunidade e seus ambientes
biótico e abiótico. Sistema composto da
flora, fauna e fatores físico-químicos de
uma comunidade e as inter-relações entre
eles.
Recursos hídricos: numa determinada região
ou bacia, a quantidade de águas superficiais ou
subterrâneas, disponíveis para qualquer uso.
Biodiversidade: A palavra biodiversidade, que tem um amplo
significado, vem sendo muito utilizada tanto nos meios
científicos como no cotidiano dos meios de comunicação,
serve tanto para tratar da variabilidade genética
(diferença existente entre indivíduos da
mesma espécies quanto a características
específicas, como a cor dos olhos) como da diversidade
biológica (número de espécies) e
dos processos ecológicos (por exemplo, quanto se
está absorvendo de
energia por espécie) existentes em algum local.
Recursos naturais: qualquer recurso ambiental que pode
ser utilizado pelo homem. O recurso será renovável
ou não na dependência de exploração
e/ou de sua capacidade de reposição.
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